E aí? Como é o atendimento da Terapia Craniossacral?
A Terapia Craniossacral é realizada, preferencialmente, em uma maca. Mas nos casos em que o cliente não está em condições de ser colocado na maca, ele será atendido sentado confortavelmente numa poltrona ou até mesmo na cama domiciliar ou hospitalar.
É bom que o cliente esteja vestido com roupas confortáveis, porque tudo que ele vai precisar fazer durante o atendimento é simplesmente relaxar, descansar, repousar… quem sabe até dormir!
O atendimento dura em torno de uma hora, embora o primeiro contato possa se estender um pouco mais. Isso porque é o momento em que o terapeuta vai ouvir o cliente sobre seus problemas de saúde, conhecer um pouco da sua história, saber do seu circulo social, da sua rotina, de seus hábitos alimentares, se pratica alguma atividade esportiva, se frequenta outras terapias, se faz uso de medicações…
Então vai ter espaço para falar dos conflitos emocionais, existenciais, dos traumas… Do pai, da mãe, do dia a dia?
Não exatamente! Por que não se trata de uma terapia verbal. Não é psicoterapia.
A Terapia Craniossacral é uma terapia complementar corporal, que por sinal também é de grande ajuda a toda e qualquer terapia no campo emocional, porque uma pessoa mais tranquila, centrada, saudável terá mais condições de refletir sobre seus conflitos.
É claro que os primeiros minutinhos de todo atendimento é uma conversa amistosa que abre espaço para uma atualização objetiva das mudanças observadas. Nada que tome muito tempo. O foco é no trabalho corporal que vai acontecer na maca. É lá que a Saúde vai atuar na transmutação do cliente como um todo, que vai se refletir no seu corpo, fala e mente.
Mas… como assim?
Na maca, o cliente precisa de ajuda para começar a relaxar, alcançar aquilo que teoricamente chamamos do primeiro estágio do neutro, ou relaxamento. Nós, do Instituto de Quietude Dinâmica, formados pela Dra. Aziza Noguchi, discípula do Dr. James Jealous, renomado osteopata americano, usamos preferencialmente a técnica do “chacoalhar”.
Pode parecer estranho, e até engraçado, a pessoa deitada na maca de costas ou de frente e ser chacoalhada pelo terapeuta.
Não é um chacoalho qualquer. É um chacoalho preciso, que vai relaxando as estruturas internas do organismo. O terapeuta devidamente treinado percebe com o toque das mãos a fluidez que vai se estabelecendo, tão necessária para o desenrolar do trabalho.
Muitos de nós, Terapeutas de Integração Craniossacral (recentemente denominada Transmutation Therapy), formados pelo Instituto de Quietude Dinâmica, vieram de outras áreas de abordagens corporais. Então, nem sempre o “chacoalhar” é a técnica utilizada, ou não é a única técnica utilizada, para estabelecer o primeiro nível de relaxamento no organismo do cliente. E tudo bem.
Mas uma vez o cliente tendo alcançado este nível específico de relaxamento, que o terapeuta sabe identificar, prosseguimos unificados na abordagem.
Depois disso o que acontece?
Costuma-se dizer que “a escuta com as mãos é o coração da Terapia de Integração Craniossacral”.
E é isso mesmo. Faz sentido.
Um terapeuta desta vertente de Terapia Craniossacral passa longos anos estudando e sendo treinado para identificar manifestações sutis das forças de criação e regeneração presentes no ser humano desde sua concepção, e poder simplesmente cooperar com elas em benefício do cliente.
O terapeuta é treinado para entrar num silêncio profundo, abrir sua percepção ao espaço da sala de trabalho até a linha imaginária do horizonte e englobar o Universo, o Todo. Nesta quietude e numa atitude de reverência transparente que não impeça as forças de regeneração da natureza atuarem, o terapeuta toca suavemente o paciente com suas mãos.
E espera. Simplesmente espera. Até alcançar a Quietude (um conceito que ultrapassa a simples quietude), uma mudança de estado que envolve todo o ambiente, incluindo o paciente e o próprio terapeuta. Assim, o sistema craniossacral, como abordamos no post da Parte 1 pode receber os benefícios das forças naturais da Saúde, com repercussões valiosas em todos os demais sistemas.
Quietude Dinâmica
Não é à toa que nosso instituto de formação leva o nome de “Quietude Dinâmica”. Embora possa parecer uma contradição, nesse estado de Quietude no qual cliente e terapeuta agora estão envolvidos muitas coisas importantes acontecem.
Na espera, a potência curativa do “Sopro da Vida”, como simbolicamente denominamos um princípio de inteligência superior de organização da Vida, pode se manifestar. Para Dr. William Gardner Sutherland “O Sopro da Vida é a faísca da ignição do motor, algo que não é material, que não podemos ver”.
Este princípio tem um movimento sutil de expansão e retração que chamamos de Respiração Primária, porque é um fenômeno que precede nossa respiração pulmonar e está presente em todo o Universo.
Essa Respiração Primária se expressa no sistema humano como um todo, incluindo o Sistema Craniossacral, através de movimentos rítmicos, mantendo e ordenando os processos fisiológicos que sustentam a Saúde. Qualquer alteração nesses processos fisiológicos causados por inércias, obstruções, restrições, tensões… podem causar doenças.
Nas condições específicas que a Terapia Craniossacral proporciona, o reequilíbrio dos processos fisiológicos e a recuperação da vitalidade são paulatinamente obtidos. Além de uma sensação de bem-estar e disposição. Esse bem-estar é resultado da transmutação que ocorre no organismo, fenômeno que inspirou a denominação Transmutation Therapy.
O cliente pode até dormir no final
Há um momento adequado no atendimento da Terapia Craniossacral que o terapeuta então deixa de tocar o cliente, que agora está totalmente entregue ao seu processo individual de autocura. É o momento do repouso, importante para a finalização do processo de cura possível para aquela sessão.
O terapeuta desperta seu cliente, caso tenha adormecido, com muito cuidado e delicadeza. Certifica-se que tudo está correndo bem, recolhe apenas impressões se necessário for. E o atendimento daquele dia terminou.
Um certo brilho no olhar…
Cada cliente é único. Cada atendimento é único também. Cada reação é bastante particular… mas é possível observar, na despedida, que todos os clientes levam um certo brilho mais intenso no olhar.
Importante registrar que o Terapeuta Craniossacral não interfere na medicação nem faz prescrição de medicamentos a seus clientes. Essa terapia complementar é totalmente não invasiva e segue os procedimentos descritos neste post. Alterações de medicações ou mesmo de dosagens de medicações só podem ser realizadas exclusivamente pelo médico que acompanha o cliente, no caso de estar em qualquer tipo de tratamento convencional.
Voltaremos a falar do movimento da Saúde que está presente nos atendimentos da Terapia Craniossacral nos próximos posts.
Por Maria Anita Romeo – Terapeuta de Integração Craniossacral.